sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O Mito de Babel


Na apresentação do filme Babel, o realizador mexicano Alejandro González Inárritu coloca em voz off uma narração baseada no Mito de Babel que se encontra no Génesis na Bíblia.


"No início, todos os povos do Senhor falavam a mesma Língua... Nada do que se propunham realizar lhes era impossível de alcançar.

Mas, receando o que espírito humano poderia conquistar, o Senhor disse:

- Vamos até eles e confundamos a sua linguagem para que não possam compreender o discurso uns dos outros.
"

E termina este trecho de vídeo com uma mensagem, que poderemos pensar que será, provavelmente, a ideia essencial que o realizador procurou transmitir neste filme:

- Se quiser ser compreendido. Ouça!

1 comentário:

SOARES disse...

Critica Reflexiva – Babel


O filme “Babel”, na minha opinião é excelente, uma grande obra, relata a era globalizada, a acção transcorre em três continentes (América, Ásia, África) envolvendo imigrantes, adolescentes e brancos endinheirados. Tem uma parte em que achei um embuste, violento e publicitário.
Marrocos, México, EUA e Japão são os cenários explorados pelo cineasta e em todos é capaz de captar o caos que surge a partir de pequenas decisões. Na relação entre pais e filhos, empregador e empregado, lei e cidadão e, porque não, entre países.
As relações caminham todas para a tragédia graças à incapacidade de comunicação, seja política, a verbal ou mesmo a relacionada à deficiência.
Num mundo tão largo e distante, vivem realidades que nos passam ao lado, que não assumimos, nem sequer consideramos. Inundam as nossas notícias, movem a opiniões pública, reduzem-se a linhas que filtram qualquer som natural do dia-a-dia, apresentando uma textura plástica e irritantemente definida.
No nosso mundo, aquilo que entendemos é no fundo aquilo que compreendemos. Infelizmente, por vezes, isso reduz-se aquilo que queremos compreender no nosso seio familiar segmentado e delimitado. Deste modo ignoramos o impacto dos outros, e a nossa importância num conjunto de relações aparentemente inconsequentes. Babel sobre isso, sobre a nossa capacidade de ouvir o que habitualmente não é traduzido, questionando a sociedade ocidental de realmente querer ouvir.